terça-feira, 9 de junho de 2009

Petrobrinquedo Brasil S/A

Mais umas da gigante controlada por políticos idiotas

Além da discussão da CPI da Petrobrás na mídia, só alguns comentários:
Primeiro, lembre-se que a confusão toda surgiu com uma manobra contábil da empresa, que ‘economizou’ alguns bilhões de reais que deixou de recolher em impostos, compensando uma cobrança extra que teriam em razão da variação do dólar. Sem entrar em detalhes se era ou não legal a tal manobra, uma coisa chama atenção. O Mantega, que está no conselho da empresa, é também por uma coincidência da vida o Ministro da Fazenda, ou seja, chefe da Receita Federal. Sendo que a Receita Federal é justamente quem deveria fiscalizar a tributação das empresas, no mínimo há um enorme conflito de interesses!

Quer dizer, o sujeito que deveria fiscalizar a empresa participa de suas decisões... bom, não precisa dizer que, a partir do momento que o sujeito vira ministro, é inconcebível que dê orientações fiscais para uma pessoa jurídica determinada, ainda que de capital misto (público e privado). Como vai ficar a imparcialidade da fiscalização agora? Independente do caso, não tem como qualquer outra empresa contar com aval do Ministro antes de tomar suas decisões, o que dá uma vantagem ilegal à Petrobrás numa economia de mercado.

Ainda sobre a CPI, observem agora que uns falam que são pró ou contra a CPI por serem nacionalistas ou não, como se fiscalizar fosse um crime. Ninguém liga pra necessidade de fiscalizar ou pro cabimento de uma CPI (que pode nem ser necessária mesmo), ou pra Petrobrás! O que interessa é o de sempre: desgaste do governo X escracho da oposição. E o PMDB se vendendo pra apoiar quem dá mais, com direito a semi-analfabeto pedindo nomeação de diretoria importante na empresa em troca de apoio, “aquela que fura poço”, dizem. E que faria um asno desses com o direito de nomear um diretor da Petrobrás? Certamente escolher um técnico de carreira não está em seu pensamento. O jogo aqui é indicar mais conhecidos acéfalos e ter mais poder, aumentando a rede do rabo preso pra depois pedir aquele favor camarada. Precisa disso pra agir dentro da lei? Hum... deixa eu pensar...

E o uso político da Petrobrás vai até no PAC, jogando no suposto plano de crescimento do Brasil o orçamento de investimento regular da empresa. Tudo a ver... E o “pensamento no social” do governo ficou bem nítido quando a Folha verificou que, desde 2003, um custo total de R$ 6,3 bilhões foi arcado pelo aumento do preço do diesel pra manter a gasolina mais barata. Leia-se: aumento o custo do transporte por caminhão, ajudando a aumentar o preço de todos os produtos, especialmente de itens básicos que têm baixo valor agregado, enquanto deixo a gasolina baixa pra não pegar mal com a classe média. Socializa-se o custo e o pobre paga, afinal, ele nem tá sabendo disso! É a política social da Petrobrás, às avessas.

Pra terminar como a política influencia bem a Petro, só ver como ela anda pouco preocupada em usar parte de seu enorme potencial de investimento em energias renováveis, além das jogadas de marketing. Lembrando que a petro não pode ser só uma empresa de petróleo se não quiser estar rumo ao fim. Enquanto no mundo todo o futuro é o hidrogênio, e até o biodiesel (no qual podíamos fazer muito mais), por aqui vamos apostando todas as fichas no pré-sal, pro Brasil ter bastante petróleo pra exportar commodities, que novidade...

Mas não se enganem, a Petrobrás como todo esse cabide de incompetentes, ainda é uma empresa que realiza e avança, ainda que nem sempre no caminho certo. Melhoras pra ela...

Interessante:
http://www.migalhas.com.br/mig_eco_politica.aspx?cod=84973