quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Plano de energia 2017/2030: contra a desinformação


Prazo para opinião pública termina neste sábado, 28.02.09 – dê sua opinião!!

Agradecendo a intervenção de alguns integrantes deste grupo, comprovo que opiniões são importantes para desenvolvermos idéias. Então vou usar mais um pouco de espaço pra “terminar” o tema, desmistificando alguns mitos que quase todos temos (eu tinha!).

Hidroelétricas são limpas? A princípio sim, mas se não construídas certo, podem gerar quase tanto gás estufa quanto a queima de combustível. Alguns casos, como a de Balbina, demonstram que a vegetação não cortada antes de alagar a área da represa vira metano, que é pior que o CO2, o que também piora se o curso d’água tem muitos sedimentos. Dizem que o metano pode ser capturado de volta, e a coisa toda não é muito exata, mas a resposta não é tão simples quanto se achava há anos.

A energia mais barata é aquela que não se gasta – óbvio, de modo que não dá pra ter um plano de energia que não considere a redução do desperdício, que no Brasil é enorme (ainda que um pouco devido às fontes hidroelétricas estarem longe dos centros urbanos, etc.).

Energia renovável é um termo que temos que usar com cuidado, já que às vezes há um cálculo complexo a fazer, o que não justifica esquecer tudo e adotar uma forma poluente, como o carvão mineral.

O Brasil não pode abrir mão das hidroelétricas, que precisam ser melhor estudadas, mas não pode ficar só na velha cartilha se quiser desenvolver sua matriz energética: temos que investir mais em fontes alternativas que usem nossos abundantes recursos naturais: vento, sol, marés, etc., além do hidrogênio, tecnologia que o Brasil está esquecendo e depois vai ter que correr atrás. Há alguma coisa nestes caminhos, mas ainda muito pouco. Um exemplo de idéias simples que pode causar uma diferença importante é a utilização da enorme capacidade ociosa das hidroelétricas fora do horário de pico, que poderia ser canalizada para gerar hidrogênio, que pode ser armazenável pra uso posterior. Hoje quando há sobras, a água sobressalente escoa pelos vertedouros...

As idéias não são novas, mas parece que ainda estamos patinando, ainda mais quando o plano pro futuro parece um retrato do passado!

Quer contribuir positivamente? Aproveite que o prazo pra população se manifestar sobre o plano energético decenal (2007-2017) vai até este sábado, dia 28.02.09. Trata-se de consulta pública sobre o tema. Basta mandar a opinião pro e-mail do Ministério: pde2017@mme.gov.br. Outras informações no site https://www.mme.gov.br/site/news/detail.do?newsId=17717.

Abraços e corram! Depois não adiante reclamar!
E pra mostrar que não é impossível melhorar, a foto aí é do parque eólico de Osório, RS, Brasil!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Qualquer semelhança é MERA coincidência!!!



Banheiros químicos na frente da sede do Poder Judiciário em Brasília, o Supremo Tribunal Federal:

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Os ursos também não gostam das Termoeletricas a carvão!!!



É revoltante a utilização burra das térmicas, mas, um dos motivos desse aumento é o altíssimo grau de incerteza jurídica na utilização das outras formas de energia no Brasil. A energia eólica e solar, além de caras e sem incentivo fiscal, não estão regulamentadas o suficiente para atrair investidores. A construção das hidrelétricas (nossa salvação!) passa por uma crise legal. Elas são grandes e o impacto visível é bem mais claro e localizável. Enquanto uma térmica cabe numa fazendinha e a fumaça se junta com as bucólicas nuvens; a hidrelétrica, mais limpa, começa rasgando montanhas, erguendo barragens, inundando áreas verdes e empurrando povoados, índios e agricultores.

Assim, como os danos primários são mais evidentes, cada hidrelétrica sofre uma via sacra terrível. Constantemente apedrejadas por movimentos sociais e ambientais o custo das obras se eleva muito.
É mais ou menos assim, o investidor calcula um custo, ganha a licitação, faz um estudo de impacto ambiental meia boca, o IBAMA corretamente contesta e exige correções no projeto para dar as Licenças e a obra prossegue. Aí vem as ações na justiça dos deslocados pelas barragens pedindo altas indenizações, ações para proteger comunidades indígenas e quilombolas e incontáveis ações ambientais. No final, a obra sai bem mais cara do que o previsto e os investidores desanimam, pra dizer o mínimo.
Ok, os investidores estão errados ao tentarem emplacar projetos com deficiências técnicas, ambientais e sociais, mas, quando a coisa toda vai pra justiça e IBAMA, a imprevisibilidade é total e o custo dispara astronomicamente para o espaço. Em resumo, como o nosso país tem acordado um pouco para os seus direitos, está tendo muita briga, mas o ruim é que nessa briga a incerteza é tanta que ninguém consegue medir o máximo que vai perder!
Fazer uma hidro está sendo como bicar um vespeiro pelado e rezar para não ser picado.
Direitos sim! incerteza jurídica dá nisso...
Fontes seguras na ANEEL dizem que por mais que eles torçam pela conclusão de hidrelétricas, eles são obrigados a incluir as térmicas no plano energético para o Brasil não ficar no escuro. Nos corredores diz-se abertamente que as térmicas, por chamarem menos a atenção, estão isentas da fúria de ambientalistas, indígenas, quilombolas, ministério público etc. Pedem até que os ambientalistas ataquem as térmicas pra que a incerteza jurídica delas suba, se equilibrem, para os investidores voltem para as hidro. Um absurdo!!!
Finalizando, segue um mapa com as usinas que não saem. Basta jogar o nome delas no google pra conferir a quizumba ambiental de cada uma delas. O caso mais grave é a da Hidrelétrica de Belo Monte projetada para ser maior que Itaipu e que cada dia fica menor pra fugir dos problemas jurídicos.
Enquanto isso, o Brasil ajuda a pisar no acelerador da destruição mundial, que afeta o clima mundial, derrete os pólos e mata os ursos lindinhos que não foram feitos para nadar.... já que somos tão apegados à fauna estrangeira, sensibilize-se com os bichos polares, ignore a nossa fauna ignorada, mas combata as térmicas!!! nem que seja pra salvar os ursinhos do outro lado do mundo!!!


fui....
Ah, esqueci de dizer que as Termoelétricas nao têm esse risco (Brasil):

Veja mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u404031.shtml

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Plano energético do governo ignora aquecimento global!

Na contramão do planeta, o plano brilhante pros próximos 20 anos mais que dobra o número de termelétricas a carvão e não investe em fontes renováveis. É o que Lula e Dilma acham do meio ambiente.


Não preciso dizer que talvez o maior desafio da humanidade atualmente seja crescer e substituir a forma com que geramos energia, agredindo menos o meio ambiente, principalmente reduzindo as emissões de carbono. Ainda que haja muita discussão, todos os países buscam cada vez mais saídas limpas para a produção de energia.

Até então, tirando o desmatamento viral da Amazônia, o Brasil estava bem na fita: matriz energética historicamente assentada em energia hidroelétrica, abastecimento crescente da frota de carros com álcool, recursos naturais infindáveis para o desenvolvimento de energias limpas e um discurso internacional pró-Kioto (a convenção de 98 que delineou as primeiras atitudes concretas para evitar um cataclisma em 50 anos).

Em meio a tudo isso, sai o resultado do plano de energia do governo, com horizonte em 2030, e o resultado: o Brasil vai reduzir sua parcela de geração de energia com bases renováveis (hidroelétrica, eólica e outros), de 89% para 80% (geração estatal), e focará seu maior esforço na direção contrária àquela que está sendo seguida e pregada pelos maiores especialistas e ambientalistas do mundo: vamos aumentar pesado a quantidade de termelétricas!! Isso, aquelas que queimam combustível fóssil em geradores.

Mas ainda não acabou! Não só vamos aumentar a geração de energia a gás, mas o governo vai multiplicar por 5 aquela derivada de térmicas à carvão mineral!!! No balanço Estado e indústrias, o incremento de térmicas a carvão será de 117%. Desculpem-me a revolta, mas pra quem não sabe, é a forma mais poluente de produção industrial de energia existente, a mais ineficiente, e sozinha a maior vilã do aquecimento global! Especialistas inclusive já disseram que, hoje, só acabar com as usinas a carvão no mundo todo reduziria mais emissões do que todas as outras iniciativas energéticas juntas. E Brasil, tosco, vai seguir contra a corrente, e contra a história!

Mas não pára por aí! Sabem qual um dos poucos recursos naturais em que o Brasil é pobre? Carvão mineral!!! Isto mesmo, vamos investir em uma tecnologia ultrapassada, suja, que está acabando com o mundo, e que nunca tínhamos usado em escala até agora, para importar carvão de nossos hermanos sulamericanos, e suas pseudo-democracias, para deixar de lado nosso arsenal de fontes renováveis, de fazer inveja a qualquer nação do globo... Será que por trás dessa palhaçada absurda haveria algum interesse geopolítico envolvido, ou se estaríamos comprando essa porcaria por acordo político?? que nada, esse governo nem faz isso...

Este não é um espaço partidário, mas não tem como não apontar este erro gritante do governo federal, que influenciará nosso planejamento por décadas. E inegável que isto aponta na direção daquilo que vem por aí, já que a Sra. Dilma, recém plastificada, é a que manda no desenvolvimento energético (já foi ministra desta pasta e hoje é o braço atuante do Lula). E mostra esta faceta da mulher, que nunca foi muito ligada nessa “baboseira” de maio ambiente... O negócio é desenvolvimento a todo custo, ainda que isso seja uma mentalidade obsoleta, e que hoje o desenvolvimento caminhe ao lado e se beneficia com a proteção ambiental. A respeito de a Dilma ser a inimiga nº 1 do Capitão Planeta, vejam os comentários do Sérgio Abranches na CBN...

Se depender dela e do nosso governo, vamos seguir a linha de Bush e dos adoradores de petróleo do século passado, ajudando a mergulhar o mundo mais rápido no caos ambiental anunciado. Aos que argumentarem pelo baixo preço da energia a carvão, basta ver que até hoje não investimos nisso e éramos mais pobres então, além de simplesmente nada justificar energia a carvão hoje. Além disso, a energia eólica e solar, entre outras, fica mais eficiente e barata a cada dia – se investíssemos nisso metade do que vamos para quintuplicar a caríssima geração nuclear já estava bom...

Resumindo, pra quê apoiar energias renováveis, se podemos usar nossa matriz energética pra fazer aliados e conchavos políticos na América?? Pra que pensar em renovável, como o resto do mundo gradualmente faz (até a China e a Índia estão começando a se mexer!), se podemos ficar no passado, só exigindo dos países ricos que façam o que nós nos negamos a fazer... Não quero esse Brasil velho e de oligarquias políticas. Temos que pensar em opções e modos de influenciar esta decisão.

Falando nisso, e o Sarney, hein, vocês viram?! Mais uma vez...

Duvidando? Clique no relatório estratégico recente do governo, no link “matriz energética” – atentem que de 254 páginas, 3 se referem a impacto ambiental:
http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=8213