segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bolsa Família ou “Bolsa Ruína”?

À parte de seu mérito questionável, o benefício acumula irregularidades

*Artigo enviado por colaborador!
A notícia já tem uns dias, mas não dá pra acreditar, muito menos deixar passar! Após investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), foram descobertas inúmeras irregularidades com o Bolsa Família (BF), um daqueles programas tão falados e elogiados pelo nosso querido e embriagado (de paz e amor, é claro) presidente Lula e por toda sua trupe (inclusive aqueles “baba-ovos” que riem - com uma falsidade digna de Lima Duarte em sua melhor fase - das variadas e constantes “gracinhas” presidenciais).

Todos nós, “acostumados” com a farra da corrupção no Brasil, seja no comandando da Direita, da Esquerda e, se bobear, até do “Meio”, já sabíamos que famílias receberiam a ajuda do BF sem necessidade. Mas ter 577 (QUINHENTOS E SETENTA E SETE!!!) BF pagos a políticos ELEITOS (os não eleitos são 20 vezes mais) é ABSURDO! É levar tapa na cara do Governo. Aliás, tapa não! Murro, cotovelada, chute, joelhada...

Quer dizer... 577 patifes já “roubam” meu dinheiro para receber seu salário de Deputado, Vereador, Prefeito, etc. E eles ainda querem um “complemento” e conseguem isso com o Bolsa Família?!?!? Aposto que se eles quiserem aumentar a varanda de seus “Castelos”, podem entrar em alguns movimentos não tão legítimos assim ou obter uma ajudinha com a MP da grilagem na Amazônia.

E olha que não estou citando os mortos beneficiados com o BF. Afinal, vai que eles não conseguiram uma vaguinha no Céu?!?!? Precisam de algum dim-dim para pagar aluguel ao Sérgio Naya, responsável pela construção e controle das moradias na parte mais quente do “outro mundo”.

Também não vou reclamar das famílias que recebem o BF e possuem um, dois ou três carros. Afinal, como é que elas vão encher o tanque dos possantes sem mais essa rendinha extra retirada do nosso bolso?!?! Não posso ser tão cruel a ponto de reclamar disso!

Não peço que vocês guardem as opinativas informações que passei acima, mas clamo, encarecidamente, que vocês gravem um número (anotem, se quiser): R$ 350.000.000 (trezentos e cinqüenta milhões). Esse é o valor real (e em reais) do prejuízo que tivemos com as irregularidades do Bolsa Família.

E olha que tudo isso sem entrar no mérito sobre o “benefício social” do programa: uma parcela do povo precisa urgentemente de recursos, mas comprar opinião com o peixe e deixar a vara de pescar no armário não nos parece muito transformador. A educação básica, uma das únicas vias de saída, taí no chão pra todo mundo ver... É o problema da falta de contrapartida.

E isso é porque pouco se fala de outros benefícios, que acumulam tantas irregularidades quanto o BF. De 2001, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), passou o custo do BF e hoje gasta 0,5% do nosso PIB (R$14 bi) pra dar um salário mínimo pra idosos e deficientes pobres. O problema é que o TCU apontou que ao menos 10% dos benefícios são pagos irregularmente, por gente que se aproveita do dinheiro de quem precisa pra enfiar a mão no nosso bolso. É um povo muito honesto esse, viu...

Abaixo, alguns links sobre as irregularidades do Bolsa Família:

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,mortos-e-politicos-recebem-bolsa-familia--diz-auditoria-do-tcu,366599,0.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u561674.shtml
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1111536-5601,00.html
http://www.emtemporeal.com.br/index.asp?area=2&dia=07&mes=05&ano=2009&idnoticia=76410
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u560549.shtml

Imagem extraída de: http://libertocrata.blogspot.com/2008/07/blog-post.html
(Se o proprietário deste direito se incomoda com a exibição, comente: leonidas-esparta300blog@bol.com.br)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sarney é um fanfarrão!

O congresso é um circo, mas nós somos os palhaços

Dizem que o Congresso Nacional passa hoje por uma crise de legitimidade, com um escândalo atrás do outro. A novidade desta vez não são os acordos sujos que se escondem por trás de cada medida votada (mesmo porque não são novidade!), ou a simples falta de atividade, mas o foco da mídia nos privilégios e gastos ridículos do poder legislativo federal, que se equipara a um spa com 523 vagas deputados e 81 senadores.

Parece que a opinião pública descobriu a América revelando a ficha corrida de despesas altíssimas com coisas inúteis e longe de justificáveis. Evidentemente, isso já vem de longe, mas é ótimo que isto esteja sob os holofotes, já estava na hora! Ainda que patético termos que chegar a esse ponto pra se forçar a tomada de medidas óbvias de controle...

A ineficiência, o desperdício, a absoluta incompetência administrativa, uma máquina inchada e pesada com centenas de cargos, comissões, diretores e setores que sequer sabem para que existem, tudo isso para produzir um serviço pobre e medíocre. O Senado não passa de uma miniatura do que é toda a máquina pública no Brasil, especialmente nos altos comandos de Brasília, com seus privilégios e honrarias, com suas funções e responsabilidades em último lugar.

E ao se levantar contra isso, ao obrigar o cume de um dos poderes da república a justificar tais absurdos, se pode passar uma mensagem importante a todo setor público: o que é concedido aos dirigentes serve apenas para que cumpra uma função e uma atividade – fora disso qualquer benefício além de seu salário é abuso e privilégio injustificado.

E no meio desse caos todo com as passagens aéreas, e depois da publicidade do fato de que o Senado tem 181 diretores, chega o Sarney, uma das maiores raposas desse jogo, dar uma de eficiente e honrado: diz que vai reduzir em 40% a estrutura administrativa do senado em 60 dias! Só pode ser piada!!! Vejam só:

Primeiro, como se ele mesmo já não tivesse sido presidente do senado e senador por uns 560 anos seguidos – coitado, ele nem sabia como funcionava o Senado! Em segundo, diz que vai fazer isso seguindo um estudo encomendado à FGV, acabando com cargos e diretorias. E ai vem a segunda parte da piada.

Isto porque ele não vai cortar salário de nenhum diretor ultra-bem-pago, nem dispensar parte da enorme equipe de aduladores. Vai, aparentemente, mudar o título da maioria dos diretores para secretários, ou qualquer outra coisa, mantendo tudo como está, os gastos etc. A economia ficaria apenas no corte de algumas funções comissionadas, em redução de uns R$ 600 mil/ano, ínfima (0,02%) perto do orçamento do Senado, de cerca de R$ 2,7 bilhões em 2009 (81% gastos com funcionários, em um lugar que quase não se trabalha!). E detalhe, um estudo da mesma FGV de 1995 já tinha apontado as falhas, que foram ignoradas, claro.

Enfim, quis dar uma de honesto e pró-ativo, mas as medidas em si são só um fogo-de-palha, pra “inglês ver”, não se muda a estrutura podre do órgão. É o tal jeitinho, sabem como é!

E que isto sirva de lição na hora do governo aumentar gastos com pessoal: sempre deve se ter em mente que, com a atual legislação, cortar gastos com servidores públicos é quase impossível, mesmo quando necessário, como no caso. Uma vez contratada a despesa e o funcionário, o custo vai se arrastar até a morte dele, e do cônjuge, quem sabe! E a responsabilidade do gestor que fixa um gasto que vai surtir efeito por gerações nem sempre é levado em conta, especialmente no governo federal. Mas isso é assunto pra mais conversa...

Mande um e-mail ao gabinete do seu senador para que ele fique sabendo o que você pensa!
http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_atual.asp?o=1&u=*&p=*

Mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u564438.shtml http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u564988.shtml