terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Plano energético do governo ignora aquecimento global!

Na contramão do planeta, o plano brilhante pros próximos 20 anos mais que dobra o número de termelétricas a carvão e não investe em fontes renováveis. É o que Lula e Dilma acham do meio ambiente.


Não preciso dizer que talvez o maior desafio da humanidade atualmente seja crescer e substituir a forma com que geramos energia, agredindo menos o meio ambiente, principalmente reduzindo as emissões de carbono. Ainda que haja muita discussão, todos os países buscam cada vez mais saídas limpas para a produção de energia.

Até então, tirando o desmatamento viral da Amazônia, o Brasil estava bem na fita: matriz energética historicamente assentada em energia hidroelétrica, abastecimento crescente da frota de carros com álcool, recursos naturais infindáveis para o desenvolvimento de energias limpas e um discurso internacional pró-Kioto (a convenção de 98 que delineou as primeiras atitudes concretas para evitar um cataclisma em 50 anos).

Em meio a tudo isso, sai o resultado do plano de energia do governo, com horizonte em 2030, e o resultado: o Brasil vai reduzir sua parcela de geração de energia com bases renováveis (hidroelétrica, eólica e outros), de 89% para 80% (geração estatal), e focará seu maior esforço na direção contrária àquela que está sendo seguida e pregada pelos maiores especialistas e ambientalistas do mundo: vamos aumentar pesado a quantidade de termelétricas!! Isso, aquelas que queimam combustível fóssil em geradores.

Mas ainda não acabou! Não só vamos aumentar a geração de energia a gás, mas o governo vai multiplicar por 5 aquela derivada de térmicas à carvão mineral!!! No balanço Estado e indústrias, o incremento de térmicas a carvão será de 117%. Desculpem-me a revolta, mas pra quem não sabe, é a forma mais poluente de produção industrial de energia existente, a mais ineficiente, e sozinha a maior vilã do aquecimento global! Especialistas inclusive já disseram que, hoje, só acabar com as usinas a carvão no mundo todo reduziria mais emissões do que todas as outras iniciativas energéticas juntas. E Brasil, tosco, vai seguir contra a corrente, e contra a história!

Mas não pára por aí! Sabem qual um dos poucos recursos naturais em que o Brasil é pobre? Carvão mineral!!! Isto mesmo, vamos investir em uma tecnologia ultrapassada, suja, que está acabando com o mundo, e que nunca tínhamos usado em escala até agora, para importar carvão de nossos hermanos sulamericanos, e suas pseudo-democracias, para deixar de lado nosso arsenal de fontes renováveis, de fazer inveja a qualquer nação do globo... Será que por trás dessa palhaçada absurda haveria algum interesse geopolítico envolvido, ou se estaríamos comprando essa porcaria por acordo político?? que nada, esse governo nem faz isso...

Este não é um espaço partidário, mas não tem como não apontar este erro gritante do governo federal, que influenciará nosso planejamento por décadas. E inegável que isto aponta na direção daquilo que vem por aí, já que a Sra. Dilma, recém plastificada, é a que manda no desenvolvimento energético (já foi ministra desta pasta e hoje é o braço atuante do Lula). E mostra esta faceta da mulher, que nunca foi muito ligada nessa “baboseira” de maio ambiente... O negócio é desenvolvimento a todo custo, ainda que isso seja uma mentalidade obsoleta, e que hoje o desenvolvimento caminhe ao lado e se beneficia com a proteção ambiental. A respeito de a Dilma ser a inimiga nº 1 do Capitão Planeta, vejam os comentários do Sérgio Abranches na CBN...

Se depender dela e do nosso governo, vamos seguir a linha de Bush e dos adoradores de petróleo do século passado, ajudando a mergulhar o mundo mais rápido no caos ambiental anunciado. Aos que argumentarem pelo baixo preço da energia a carvão, basta ver que até hoje não investimos nisso e éramos mais pobres então, além de simplesmente nada justificar energia a carvão hoje. Além disso, a energia eólica e solar, entre outras, fica mais eficiente e barata a cada dia – se investíssemos nisso metade do que vamos para quintuplicar a caríssima geração nuclear já estava bom...

Resumindo, pra quê apoiar energias renováveis, se podemos usar nossa matriz energética pra fazer aliados e conchavos políticos na América?? Pra que pensar em renovável, como o resto do mundo gradualmente faz (até a China e a Índia estão começando a se mexer!), se podemos ficar no passado, só exigindo dos países ricos que façam o que nós nos negamos a fazer... Não quero esse Brasil velho e de oligarquias políticas. Temos que pensar em opções e modos de influenciar esta decisão.

Falando nisso, e o Sarney, hein, vocês viram?! Mais uma vez...

Duvidando? Clique no relatório estratégico recente do governo, no link “matriz energética” – atentem que de 254 páginas, 3 se referem a impacto ambiental:
http://www.mme.gov.br/site/menu/select_main_menu_item.do?channelId=8213

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