domingo, 16 de março de 2008

Ótima notícia para a Mata Atlântica

Remoção inovadora de 5 mil famílias para ajudar a salvar o pouco que resta da mata

Quem mora em SP deve conhecer: quando vc desce pra baixada santista pela rod. Imigrantes, no pé da serra, em plena floresta, há uma enorme e crescente ocupação, que hoje tem umas 30 mil pessoas. Os chamados 'bairros-cota', cujo germe foi a herança da construção da rod. Anchieta e ocupação desordenada da mão de obra do pólo industrial de Cubatão, estão em pleno parque estadual da Serra do Mar, a maior extensão restante da mata atlântica, que antes cobria o litoral do Brasil do RN ao RS.

As condições hoje são precárias: longe de tudo, no meio do mato, sem água encanada ou esgoto. Mas o povo esta lá, no último "1%" que sobrou da floresta!! Em um ecossistema frágil como o mangue, e com um crescimento explosivo, nem preciso dizer o problema que isso é!

Mas o fato é que, até que enfim, o Governo do Estado resolveu dar um 'jeito'. Desde o final de 2007 "congelou" o crescimento da favela (medida óbvia com uns 10 anos de atraso!), e anunciou agora que vai remover 20 mil pessoas, ou 5.000 famílias para apartamentos à la CDHU em bairros de Cubatão e região da baixada, e regularizar o resto. Acabaram de licitar a construção dos primeiros 2.000 aptos, que deverão ficar prontos em 2009. (obs.: a nova 'cidade' a construir já será maior que 70% dos municípios do país!)

Parte idiota: os clássicos políticos que só querem se aproveitar politicamente da situação, que sempre ignoraram; e alguns 'representantes' dos moradores que dizem que não querem ir pra 'pombais', e preferirão vender os apês quase dados pelo governo pra voltar pros barracos (depois neguinho vai recramá que os fio tão com pobrema porque o governo num dá ajuda!!!). É a mediocridade humana marcando presença, básico.

Por outro lado, trata-se de uns dos maiores investimentos em habitação e maio ambiente da história do Brasil. Não lembro de ninguém ter gastado R$ 340 milhões por motivos ambientais antes. Além da restauração de parte importante da reserva ambiental mais importante do litoral, estagnando sua destruição, acho ótima a notícia pois ela representa uma mudança de atitude e preocupação das autoridades com a causa ambiental. Espero que isso dê mais frutos.

Pelo menos é um remendo bom, pra uma invasão que nem deveria ter nascido, se houvesse alguma fiscalização. Seria bom se o governo agisse preventivamente, ao invés de sempre correr atrás de incêndios. Aqui o exemplo é fácil. Teria custado muito menos fiscalizar pra ninguém construir uma cidade no meio do parque, em área de risco e sem condição nenhuma. Agora toca a gastar $$ pra corrigir a situação, desocupação na porrada, quebra-quebra... enfim!

Mas pelo menos pro que resta de mata atlântica, a notícia não poderia ser melhor!

Mais informações na revista Época (edição de 10.03.08, p. 52), ou abaixo:



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