sábado, 6 de março de 2010

Novo MASP aproveita prédio abandonado

Parada técnica
Para quem sabe do que estou falando, passei algumas das semanas mais difíceis da minha vida, o que me deixou sem condições de escrever em fevereiro... Mas como este blog não é sobre mim, apenas fica o recado que vamos retomar as coisas. Peço de novo que se alguém tiver alguma matéria ou sugestão, estou à disposição. Temos nosso mail de contato na coluna ao lado!

Pegando leve por agora, gostaria de parabenizar (ou não) o MASP pela ampliação que vão fazer pela reforma do prédio ao lado do atual prédio. Sabem aquele edifício, bonito mas bem velho, destruído e pichado, ao lado do MASP? Então, até que enfim resolveram aproveitá-lo.

Impressiona como no Brasil as coisas andam devagar. O prédio no meio da paulista estava abandonado há décadas, e nada! Realmente um desperdício injustificável que não imagino possível em outro lugar.

Eu mesmo já tinha pensado em vários projetos para aproveitar o espaço, atrações culturais e restaurantes divididos por andar, num prédio conservado e restaurado, já que é muito bonito mesmo. E não entendia como a Prefeitura ou Estado não desapropriavam o prédio para isto, ou faziam uma parceria privada, concessão urbanística, IPTU progressivo ou qualquer outro meio para aproveitar o espaço. Incompetência e lerdeza demais pro meu gosto.

Mas a estupidez era muito maior: o MASP já tinha comprado o prédio e desde 2005 queria erguer lá uma torre com um mirante de 250 metros de altura (maior ponto da cidade) – foi vetado pela Prefeitura e derrotado no Judiciário porque ‘descaracterizaria’ o MASP, que é tombado. 5 anos parado só esperando as 'autoridades'...

E mais, a VIVO tinha doado ao MASP R$ 13 milhões para o projeto, e quando cancelaram não queriam devolver o dinheiro! (que incentivo a doações, não?) Pelo jeito, agora convenceram a Prefeitura e a VIVO a só reformar o prédio e chamar de espaço MASP-VIVO por 25 anos. Só que o belíssimo e antigo prédio será coberto por uma pele de vidro. Não vou criticar tanto porque já é alguma coisa, mas penso já termos muitas caixas de vidro iguais e a restauração da estrutura antiga daria mais visibilidade.

Também fiquei desapontado que o prédio não vai ser usado culturalmente: só uma parte pequena terá exposições e haverá um café na cobertura, ampliada com mais alguns andares. O resto abrigará a administração do MASP e uma escola que pretendem criar. Espero que isto ajude a tirar o MASP da penúria financeira que o atinge hoje: queda na visitação, déficit anual, dívida crescente. Talvez se ele se abrisse mais ao público, menos preocupado com os ‘intelectuais’ que o dirigem. Confiram o projeto (folhasp):

Outra coisa que não entendo é como SP tem tantos prédios antigos abandonados, já repararam? Boa parte no centro, mas muitos em lugares hoje nobres... como alguém joga tanto dinheiro fora ou arca com impostos e tempo para não fazer uso algum? Desorganização, brigas judiciais, não é possível! Temos mecanismos hoje para resolver, mas falta visão. E para quem não percebia um prédio no meio da Paulista...

Projeto novo
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u698774.shtml
Comentários sobre o prédio e outros abandonos em SP
http://saopauloabandonada.com.br/edificio-dumont-adams/
Projeto desde 2007
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1103200701.htm
Projeto antigo com torre – rejeitado
http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc148/mc148.asp
Fotos do prédio por dentro:
http://www.giltokio.com/caixa/

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